Raimundo Fagner – por @historia_em_retalhos.

“Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade”

Quem nunca cantou fundo esse clássico da mpb que ganhou o país na voz inconfundível de Raimundo Fagner?

O que pouca gente sabe, porém, é a polêmica por trás dele.

Fagner lançou Canteiros em 1973, como uma faixa do seu disco de estreia.

Todavia, cometeu um deslize: omitiu que a estrofe que abre o nosso retalho de hoje havia sido inspirada no poema Marcha, escrito por Cecília Meireles.

Em 1977, voltou atrás e registrou a poetisa como coautora da letra, o que, no entanto, não impediu uma ação judicial movida pelas filhas da escritora.

Dois anos depois, em 1979, Fagner admitiu, em juízo, que havia tentado fazer uma adaptação do poema Marcha.

Em 1983, as filhas de Cecília Meireles venceram a ação judicial, cabendo ao cantor, às Edições Saturno e às gravadoras Polygram, Polystar e Polifar o pagamento de uma indenização de 101 mil cruzeiros, por violação de direitos autorais.

O litígio só findou mesmo em 1999, quando a gravadora Sony Music fez um acordo com as herdeiras envolvendo a regravação da canção no primeiro álbum ao vivo de Raimundo Fagner.

Para que cada um tire as suas próprias conclusões, segue a primeira estrofe do poema Marcha:

“Quando penso no teu rosto, fecho os olhos de saudade
Tenho visto muita coisa, menos a felicidade
Soltam-se meus dedos tristes
Dos sonhos claros que invento
Nem aquilo que imagino
Já me dá contentamento”

Finalmente, foi plágio ou não?

Cada um tire as suas próprias conclusões!

Se viva estivesse, Cecília Meireles estaria completando, hoje, 7 de novembro, 122 anos. 🙏🏼
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