Em praticamente todo território brasileiro os famosos “Orelhões” entraram em decadência. Em tempos de telefonia móvel, whatsapp, facebook e etc, hoje, sobretudo os mais jovens, não se dão conta da importância e do alcance social que cumpriram os velhos e sempre “salvadores” orelhões. Na nossa cidade, Vitória de Santo Antão, as coisas também não tão diferentes.
Na verdade a telefonia brasileira existe desde 1920, com os chamados telefones “semi-públicos” instalados em hotéis e restaurantes. Só a partir de 1971 que a telefonia “ganhou” as calçadas, com cabines que teve seu modelo copiado da Inglaterra.
Por incrível que pareça, foi uma chinesa, naturalizada brasileira, com nome de Chu Ming Silveira, casada com um brasileiro, que criou o modelo de orelhão que conhecemos. As primeiras peças do novo modelo foram instaladas no Rio de Janeiro e logo depois na Capital do Estado de São Paulo.
Pois bem, primeiro, como todos devem lembrar, usávamos as “fichas telefônicas”, depois, à modernidade chegou, e passamos a utilizar o cartão telefônico. O resto da história, teoricamente, todo já sabe.
Na nossa cidade não sei exatamente quando os mesmo foram introduzidos, mas lembro-me bem do tempo em que eles não existiam por aqui. Na Rua Silva Jardim, no bairro da Matriz, por exemplo, recordo-me que houve um tempo que só existiam duas casas com telefones. A de João Valois e na casa de papai (Zito Mariano). Eu, ainda criança, atuava como uma espécie de “molequelá”, ou seja: era o encarregado para chamar os vizinhos para atender as ligações, lá em casa.
Voltando à desativação paulatina do sistema de telefonia “fixa-pública”- os chamado “orelhões”- a cidade de São Paulo, através de uma ação integrada com os artistas da localidade, conseguiu dá uma nova feição aos referidos equipamentos públicos , reaproveitando-lhes como obras de arte. Lixo e arte, dependendo de quem esteja observando, pode ser a mesma coisa.