Você piscou e a Pitú Amarelinha foi parar na zoropa! 13º abaixo de zero na Suécia, mas o parceiro @guerraroberto que não é besta nem nada já garantiu o calor e a mania de brasileiro. E tu, já experimentou essa novidade?
Você piscou e a Pitú Amarelinha foi parar na zoropa! 13º abaixo de zero na Suécia, mas o parceiro @guerraroberto que não é besta nem nada já garantiu o calor e a mania de brasileiro. E tu, já experimentou essa novidade?
Anúncio do Cinema Braga, publicado no jornal O Progresso,
datado de 14 de dezembro de 1960.
Ku Klux Klan (KKK) é o nome adotado por diversas organizações nos EUA que pregam a supremacia dos brancos, antissemitismo, racismo, anticatolicismo, anticomunismo, homofobia e nacionalismo.
O primeiro Klan surgiu no sul do país, em 24 de dezembro de 1865.
Frequentemente, essas organizações recorrem ao terrorismo, à violência e aos atos intimidatórios (como a queima das cruzes) para oprimir as suas vítimas.
Esses grupos foram organizados por veteranos do Exército Confederado dos EUA, que, depois da Guerra da Secessão, quiseram resistir à Reconstrução.
A organização adaptou rapidamente métodos violentos para conseguir a sua conclusão, contudo houve uma reação que, em pouco tempo, levou à sua derrocada, pois as elites do sul vieram para a Klan, em verdade, como pretexto para que as tropas federais permanecessem ativas naqueles estados do sul.
A KKK foi formalmente dissolvida em 1870, pelo presidente republicano Ulysses S. Grant, por meio da Lei de Direitos Civis 1871, conhecida como “A Lei da Ku Klux Klan”.
O grupo, porém, ressurgiu em 1915.
Seus membros opunham-se aos judeus, além de fazerem profunda oposição à Igreja Católica.
Naquela época, a organização adotou um traje branco padrão e usava palavras de código semelhantes às do primeiro Klan, além de ter adicionado os rituais de queima de cruzes (foto) e de desfiles.
Essa fase do grupo terminou em 1944.
A atual encarnação da Ku Klux Klan surgiu nos anos 50, após a promulgação da lei contra a segregação racial nas escolas públicas.
O grupo agia de forma violenta, cometendo assassinatos e atentados contra negros.
No fim dos anos 70, o grupo perdeu a força, pois os seus líderes tiveram que pagar grandes indenizações para as vítimas dos seus atentados.
Atualmente, a KKK não é considerada uma organização, mas um coletivo de grupos independentes espalhados pelos EUA.
A partir dos anos 90, organizações neonazistas acabaram absorvendo ex-membros da KKK, tirando a força da entidade original.
Campanhas recentes da Ku Klux Klan tinham como alvo a imigração ilegal e as uniões civis homossexuais.
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Fonte: @ronaldohistoriador
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Vem do governo alemão um exemplo raro de tributo à memória de um grande escritor. O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, (1956-) assumiu o compromisso de adquirir, para fins culturais, as casas onde o Nobel Thomas Mann havia morado, na Europa e nos EUA, e assim o fez e cumpriu a intenção. TM é autor de obras que hoje fazem parte do cânone da literatura universal, como os romances A Montanha Mágica e Os Buddenbrook e as novelas Morte em Veneza e Tonio Kröger. Até o casarão da mãe do escritor, a brasileira Julia Mann (1851-1923), em Paraty (Rio de Janeiro), fazia parte cimeira do projeto, mas a transação, infelizmente, não foi aceita por seu atual proprietário, o navegador Amyr Klink. (Ele estava fora do Brasil quando estive em Paraty para uma entrevista sobre o assunto, havia deixado o irmão, que me recebeu num café da manhã, enfatizando a intenção do Amyr não se desfazer da casa).
Escrevo para dizer e muito a lamentar que a casa da Rua do Curvelo, 53, bairro de Santa Teresa, do poeta pernambucano Manuel Bandeira, onde ele viveu os anos mais difíceis e paradoxalmente criativos de sua vida, foi demolida. Ali, ele viveu modestamente durante quase 15 anos, pobre, doente, só, sem emprego, por conta de um montepio deixado por seu pai, algo como um salário mínimo na época.
No artigo “O diário de Gilberto Freyre”, Antônio Carlos Villaça conta que Gilberto Freyre, quando em viagem ao Rio, em 1926, “foi visitar Manuel Bandeira na Rua do Curvelo, 51”, (…) “lindo lugar, mas casa de pobre”. Nos breves cômodos do poeta, era num quarto que recebia as visitas. Apenas uma janela servia como mediação entre o espaço interno e o espaço externo da rua. A vida como um rio que passava e poderia ser vista da janela, sob a proteção das paredes da casa. Uma certa paisagem construída de forma subjetiva por ele, realizada por meio de um sentimento que só a poesia sabe dizer. Era com o sotaque das suas origens que inventava o seu miradouro. Tenho para mim que nenhum poeta de nosso idioma como esse pernambucano teria visto de uma simples janela as coisas, os seres, o panorama da existência, o mundo, as alegrias e as dores, a poética do cotidiano e as coisas efêmeras, a paisagem construída pela memória, que convém aos momentos raros da vida.
Arthur Miller (1915-2005) teve a sua “ponte” para ver o mundo. Para Manuel Bandeira bastou uma janela, sobre a qual, recentemente, uma máquina de demolição por implosão reduziu a cinzas. Tudo na hora durou um instante, “rugiu como um furacão”, como no seu poema As Cinzas das Horas (1917).
Foi nessa casa onde ele, morando apenas de um quarto, (o aluguel era sublocado) sob impacto de imensa nostalgia do passado do seu tempo recifense distante, já tuberculoso, teve a ideia de fugir de tudo o que lhe atormentava e escreveria um dos seus mais belos poemas de exaltação a essa cidade: “Vou-me embora pra Pasárgada/Lá sou amigo do rei/ Lá tenho a mulher que eu quero/ Na cama que escolherei/ Vou-me embora pra Pasárgada”. Ele sempre confessava gostar desse poema, porque via nele “em escorço” toda a sua vida. Porque lhe parecia que nele soubera “transmitir a tantas outras pessoas a visão e promessa” da sua adolescência no Recife. Um poema que faz parte da sua melhor Antologia Poética, de todas as Antologias da melhor literatura brasileira contemporânea. Um poema como o de Carlos Drummond de Andrade (l902-1987), Os Ombros Suportam o Mundo, (Sentimento do Mundo) síntese de sua vida e do seu tempo. Só por esse poema, não bastasse o vulto humano de Manuel Bandeira, essa casa deveria ser tombada, que jamais permitissem a sua demolição.
Faço daqui um apelo ao prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, (que já tem um interessante projeto de restauro de imóveis antigos) para que, em parceria com a Academia Brasileira de Letras, da qual Bandeira foi integrante, mande colocar no que restou da velha casa de Manuel Bandeira, uma placa alusiva ao mais importante morador daquele bairro e que foi um dos mais cariocas, amorosamente cariocas, dos poetas do seu tempo. A casa que foi, também, durante muitos anos, de Rachel de Queiroz.
Marcus Prado – jornalista.
A mina de Serra Pelada, no Pará, ficou conhecida como o maior garimpo a céu aberto do mundo.
Aquele lugar, que remetia ao sonho de poder e fama, atraiu milhares de aventureiros, a partir do início da década de 80, compondo a imagem de um formigueiro humano, em um vaivém frenético, em busca da fortuna instantânea.
No auge da produção (1982/1986), cerca de 120 mil pessoas viveram em Serra Pelada.
Para trás, porém, ficou o legado de degradação ambiental, omissão do poder público, impunidade, miséria e violência.
Foram muitos os massacres naquela região (sendo impossível contabilizar o número de corpos), mas o mais sangrento deles aconteceu em 1987.
Naquele ano, a mobilização dos garimpeiros que reivindicavam caminhões e tratores para o rebaixamento da grande cava ganhou força em 27 de dezembro, quando uma enorme assembleia de trabalhadores foi realizada.
Parte deles, cerca de 4 mil, seguiu em transportes particulares até Marabá, coordenados por Jane Rezende, a primeira mulher líder de garimpo no Brasil.
Como não foram atendidos pelas autoridades do estado, interditaram o acesso à ponte sobre o Rio Tocantins, impossibilitando a passagem das locomotivas da Companhia Vale do Rio Doce, grande interessada na área.
A chacina ocorreu em 29 de dezembro.
Por volta das sete da noite, 500 homens da PM armados de fuzis e metralhadoras encurralaram os garimpeiros de um lado da ponte, enquanto a tropa do Exército fechou a outra cabeceira.
As vozes foram abafadas a tiros e bombas de gás lacrimogênio.
Dezenas tombaram ali mesmo.
Outros tiveram os corpos pisoteados por aqueles que tentaram escapar na escuridão.
Houve, ainda, aqueles que se jogaram do alto do vão central, de altura superior a 75m, caindo sobre pedras no leito do rio.
O número oficial de mortos e desaparecidos foi de 79 pessoas, mas se fala em até 133 vítimas.
A mesma estratégia da PM do Acre voltou a ser repetida, anos mais tarde, nos massacres de Eldorado dos Carajás (1996) e de Pau d’Arco (2017).
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A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver. Agora, amigo Carlos Assis, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és. E segue-se um mistério profundo, nunca mais retornaremos a este mundo.
Até breve! Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
Foto registrada em 03 de junho de 1982, “solenidade” de inauguração da calçada da casa de “Seu” Zito Mariano. Vê-se na foto, entre outros, Zito Mariano, Anita, Rubem de Deus, Azinete, Guido Galvão, Cilene, Laércio, Carlos Peres, Inês Bandeira, Milton Bandeira e Lenice Assis.
Essas são as Irmãs Mirabal: Pátria, Minerva e Maria Teresa.
Essas três mulheres foram assassinadas, no dia 25 de novembro de 1960, pelas forças de repressão da ditadura do presidente dominicano Rafael Trujillo (1930-1961).
O fato culminou na criação do “Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher”, instituído pela ONU, na data da morte das irmãs.
Desde sempre, as três irmãs abraçaram a luta contra a ditadura de Trujillo como uma missão de vida.
Ao longo dos anos, foram presas, torturadas e violentadas, mas se recusaram a desistir da missão de restaurar a democracia e as liberdades de seu povo.
Enquanto estudava, Minerva descobriu que o pai de uma amiga havia sido morto por se opor ao regime.
Tal evento tornou-se um catalizador para a sua luta política.
O governo de Trujillo silenciava a oposição e caçava dissidentes, sendo marcado por corrupção e nepotismo.
As irmãs de Minerva, então, decidiram segui-la: primeiro, Maria Teresa.
Depois, Pátria, que aderiu após testemunhar um massacre durante um retiro religioso.
Unidas, Minerva, Maria Teresa e Pátria reuniram um grupo dissidentes e fundaram o “Movimento Revolucionário 14 de Junho”.
Em 25.11.1960, Pátria, Minerva e Maria Teresa estavam retornando para a província de Salcedo, quando foram abordadas por um grupo de homens de Trujillo.
As irmãs foram levadas para o meio do mato, onde foram estranguladas e espancadas até a morte.
Os corpos foram recolhidos e colocados nos jipes, na tentativa de fazer com que as suas mortes parecessem um acidente.
Estava claro que não fora um acidente e o assassinato das irmãs gerou uma enorme comoção no país e no mundo.
Neste ano, o CNJ liderou a campanha de “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, relembrando a trajetória das Irmãs Mirabal.
Um aspecto importante: havia, ainda, uma quarta irmã, Dedé Mirabal.
Esta viveu até os 88 anos e criou a “Fundação Irmãs Mirabal”, para manter o legado de suas irmãs.
Dizia Dedé:
“Quando me perguntam o porquê de eu não ter sido assassinada, sempre respondo: para que eu pudesse contar a verdade”.
A quem interessar, recomendo “Las Mariposas: Hermanas Mirabal”. 🎥
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Na última segunda-feira do ano – 26 de dezembro de 2022 –, em clima de “balanço de fim de ano”, começamos o dia “dialogando” com os primeiros raios solares, em virtude da nossa regular e salutar atividade física – corrida de rua. Apesar das duas lesões que afastaram-me temporariamente “das ruas”, em 2022, ainda conseguimos fechar o ano com mais de 1.600 km percorridos.
No nosso original projeto “Corrida Com História”, em que compartilhamos conteúdo promovendo à chamada “Educação Patrimonial” da nossa “aldeia” – Vitória de Santo Antão -, no transcorre do ano em curso, produzimos 26 vídeos: todos bastantes conhecidos e compartilhados, inclusive fruto dos melhores comentários.
Na qualidade de atleta amador, em 2022, efetivamos aquilo que se configura no sonho número 1 de todo praticamente da modalidade esportiva mais democrática do mundo – corrida de rua –, ou seja: concluímos a prova mais nobre do atletismo: os temíveis 42.195km de uma maratona (Maratona Internacional Maurício de Nassau).
Fechando esse “clima de balanço”, por assim dizer, produzimos esse particular balancete, justamente no dia em que completo mais um ano de vida. Hoje, 26 de dezembro, viramos a páginas dos 55 anos.
Assim sendo, antecipadamente, agradeço as mensagens que venho recebendo, nas mais variadas formas e plataformas, evidenciando mais essa passagem natalícia. Obrigado a todos pelas felicitações!
Veja o vídeo aqui: https://youtube.com/shorts/9QIzS34g1Uk?feature=share
Em 25 de dezembro de 1599, há 423 anos, era fundada Natal, a capital do Rio Grande do Norte.
A expressão “natal” tem origem no latim “natale”, que significa “local de nascimento”.
Todo o processo de formação desta linda capital nordestina teve relação direta com os esforços empreendidos para a colonização da região, dificultado, sobremaneira, pela forte resistência dos índios potiguaras e dos piratas franceses, que traficavam pau-brasil.
Não sem razão, um ano antes, em 1598, deu-se início à construção da atual Fortaleza dos Reis Mago, com o objetivo de proteger a barra do Rio Potengi (“rio de camarão” 🍤).
Foi a partir desta grande corrente de água doce, com 176km de extensão, que surgiu a designação “Rio Grande”.
Apenas no século 18, com a conquista do território do Rio Grande de São Pedro, no sul do país, incluíram o termo “do Norte”, para diferenciar do Rio Grande “do Sul”.
Após a 2.° Guerra Mundial, Natal passou por um intenso processo de modernização, tendo a sua população crescido em um ritmo mais acelerado.
A sua localização próxima à “esquina da América do Sul” chamou a atenção dos EUA, que considerou Natal “um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo”, ao lado do Canal de Suez, no Egito, e dos estreitos de Bósforo, na Turquia, e Gibraltar, entre a África e a Europa.
O início das operações da primeira base de foguetes da América do Sul, na Barreira do Inferno, em Parnamirim, transformou Natal na “Capital Espacial do Brasil”.
Terra do multi-intelectual Luís da Câmara Cascudo e de Café Filho, ex-presidente da República.
Cidade do Sol e das Dunas! ☀️
Natal é imperdível.
Parabéns, Natal, por seus 423 anos! 👏🏼
Dedico este retalho de hoje ao meu adorável amigo @brunomontenegrordantas.
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Por que Papai Noel tornou-se o protagonista de uma data que não é dele?
A história explica.
A figura de Papai Noel foi inspirada no bispo Nicolau, que viveu na Turquia, no século IV.
Nicolau costumava ajudar quem estivesse em dificuldades financeiras, colocando um saco com moedas nas chaminés das casas.
A sua transformação em símbolo natalino, porém, espalhou-se pelo mundo, quando se percebeu que a tradição do velhinho entregando presentes potencializaria o comércio durante o mês de dezembro, cabendo ao cartunista Thomas Nast, no ano de 1881, criar a “marca” Papai Noel.
Em verdade, o bispo Nicolau foi visto como uma peça de marketing, com nítidos propósitos mercadológicos.
Essa opção puramente comercial foi, paulatinamente, ofuscando a figura de Jesus Cristo, o real protagonista do dia 25 de dezembro.
Filho de imigrantes perseguidos, nascido em meio aos animais, amigo dos leprosos, das prostitutas e dos mendigos, e com um discurso que incomodou os poderosos do seu tempo, Jesus passou a não atender aos interesses do capitalismo ocidental, por uma razão muito simples: o revolucionário homem de Nazaré propunha a divisão com os pobres.
Nada mais na contramão de um mundo egocêntrico, consumista e desigual.
Devolver a Cristo a condição de protagonista do dia de seu próprio nascimento parece-nos ser a melhor trilha para equilibrar a relação entre os povos e difundir a paz.
Mais Cristo e menos Papai Noel é o que desejo a todos vocês.
Um feliz Natal, gente! 🙏🏼❤️
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Dos natais de minha infância, recordo, enternecido, dispostos em ordem, através do velho Pátio da Matriz, nesse tempo coberto de capim e outros arbustos silvestres: o carrossel, cheio de cadeiras e cavalinhos, movido à mão, ao som de melodias tocadas por uma caixa de música; as barracas de prendas de José Menezes e do José Viana, com cadeiras em torno dos armarinhos onde ficavam os objetos a ser sorteados entre os compradores de bilhetinhos feitos à mão; os bares improvisados, com mesas e cadeiras espalhadas em torno da praça; os botecos onde se vendiam quinquilharias, miudezas e brinquedos infantis; os tabuleiros dispostos em fila com bolos, alfenins e confeitos, tendo ao lado um pote com água fria para os fregueses; os presépios e os pastoris.
A iluminação era feita por bicos de latas de carbureto, pendurados em postes de madeira. Nas barracas e na frente de Matriz, lâmpadas a álcool.
De caibros fincados no chão, sustentando folhas de coqueiro, partiam os cordões de bandeirinhas multicores, feitas de papel de seda, circundando e cruzando toda a área da festa.
Por todos os becos, ruas e travessas convergiam ao pátio levas de matutos que acorriam à cidade para ouvir a Missa do Galo.
Rapazes e moças, em grupos, contornavam a praça, discreteando amável e respeitosamente sobre trivialidades próprias de sua idade, usufruindo o prazer natura de mentes jovens e sonhadoras em melífluos encontros.
As crianças, levadas pelas mãos dos pais, visitavam as várias estâncias de pura e inocente alegria, dispostas no vasto pátio, mais interessadas em ver os presépios e montar num dos cavalinhos do carrossel.
No centro, em coreto improvisado, a Banda Musical executava peças do seu repertório: dobrados, valsas, chorinhos, marchas etc.
Dos presépios, lembro-me do armado pelo sacristão da freguesia, Benjamim Bezerra, numa casinhola situada na esquina da rua Silva Jardim com a chamada “Vila Maria”, residência do vigário.
Pastoril famoso foi o organizado pela professora Amélia Coelho com as suas alunas, meninas-moças das mais destacadas famílias vitorienses, o qual se exibia num palanque armado ao lado direito da Matriz, arrancando aplausos delirantes das torcidas dos cordões azul e encarnado.
E assim, entre os devaneios da juventude, a euforia natural da matutada que vinha à cidade ostentando as vestimentas da festa, e a cordialidade reinante entre as famílias, vivia-se o espírito do Natal em sua essência.
À meia-noite, o sino grande da Matriz tocava badaladas, a princípio, pausadas e, logo, apressadas, anunciando o início da Missa.
No altar em frente à porta central do templo, sobre a calçada, celebrava o sacerdote a Missa do Galo, ouvida com unção religiosa, tendo como ponto alto o canto do Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.
Repetia-se unissonamente a mensagem angélica, anunciando aos pastores o nascimento do Menino-Deus.
Quantas suaves reminiscências desses Natais que vivi, embevecido pela grandeza e sublimidade do sagrado mistério da Encarnação do Filho de Deus, nascendo numa pobre manjedoura para redimir a humanidade, e fascinado pela singela beleza das comemorações ternas e pias desse grande evento!
Prof. José Aragão
Texto publicado na Gazeta do Agreste – dezembro / 1999.
Registro da confraternização natalina, ocorrida em 2003, do grupo que fazia parte do trabalho social de alfabetização para crianças carentes, realizado diariamente na residência de dona Anita.
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Esta foto resume uma parte do que havia de melhor do meu tempo vitoriense, para mim inesquecível, no casamento de Erivaldo Cunha, dono da farmácia Brasil. Estou, como testemunha, do lado esquerdo da noiva. De memória, perdi o nome de quase todos, embora nunca os tenha esquecido. Quem poderia ajudar, entre os leitores vitorienses deste blog, para os identificar ?
Pretendo fazer um painel legendado para o meu gabinete de estudos de minha casa. Escreverei um artigo sobre cada um, para o blog do Pilako, o grande Pilako.
Marcus Prado – jornalista.